sexta-feira, 20 de novembro de 2009

preconceito no mundo


(Traduzido originalmente do francês)
Carta de um Usuário Tunetano (19-11-2009)

Oi,

Tenho 24 anos agora, sou da Tunísia mas não moro mais lá. Aos 18 anos, conheci rapazes na capital via internet. Mais tarde conheci outros rapazes de fora da capital também. As cidades na Tunísia são pequenas, de modo que a polícia rastreou meu celular, me perseguiu por 2 dias e me prendeu baseado em suspeitas. A corrupção aqui e em todo lugar existente junto com a força sobrepujante do dinheiro garantiram minha fuga da polícia e das outras instâncias do governo!



Localização geográfica (fonte:Wikipedia)

O pior ainda estava por vir: a reação dos meus pais. Eles me internaram numa clínica psiquiátrica onde fui tratado como 'doente' e ensinado por psicólogos que os homossexuais não passam de pervertidos e criminosos desnaturados. Após 5 meses de internação, meus pais sentiram pena de mim e pediram aos psiquiatras que me dessem alta pois eu já havia aprendido uma boa lição.

Mas quero deixar claro que recebi um tratamento desumano e recebia injeções sempre que me revoltava por ser tratado como doente. As drogas me deixavam acordado apenas por 10 minutos. 6 anos depois, esta experiência ainda me atormenta. Era como eu vivesse em escravidão. Agradeço ainda assim à equipe matutina da clínica que considerava as instruções dos psiquiatras demasiadamente rígidas para a minha saúde e propositalmente as ignorava às vezes.

Apesar disto tudo, meus pais continuaram me castigando: me negaram privacidade (a chave do meu quarto), celular, internet, mesada e o que mais me chocou foi minha mãe ter me proibido o acesso aos outros cômodos da casa para eu ter, assim, uma permanente sensação de estar preso. Mais tarde me mudei da casa dos meus pais e fui morar legalmente na Europa. Meus pais acreditavam que eu estava curado. Aos 22, eles descobriram de vez que sou gay através de um colega do meu pai. Meu pai não fala comigo desde então e o contato entre eu e minha mãe ficou estressante. Meu pai me deserdou oficialmente.

Esta é minha experiência com a Tunísia e com minha família, extrememante homofóbica.

R.

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