16.00 to 17.00 on 17 July 2009: Karen Ogilvie flying paper kites and distributing hundreds of sweets all with written advice such as "Be friendly to a stranger today"
One & Other was a public art project by Antony Gormley, in which 2,400 members of the public occupied the usually vacant fourth plinth inTrafalgar Square, London, for an hour each for 100 days. The project began at 9am on Monday 6 July 2009, and ran until 14 October. The first person to officially occupy the plinth was Rachel Wardell from Lincolnshire.[1] A documentary art book by Gormley, entitled One and Other, was published in the UK by Jonathan Cape on 14 October 2010. The Wellcome Trust has posted online at its website its series of oral-history interviews of the 2400 plinthers.
The project was opened by the Mayor of London, Boris Johnson. Minutes before the official launch Stuart Holmes, an anti-smoking protester, managed to clamber onto the plinth and displayed a banner calling for a ban on tobacco. Gormley urged him to do the "gentlemanly thing" and give up his place to the first official "plinther", Rachel Wardell. He did so and descended in the cherry picker used to carry participants to and from the plinth.[2][3]
Members of the public could apply for an hour on the plinth via the project's website. Gormley himself applied but didn't get a place.[4]Reviewing the event afterwards, the Guardian's top ten "plinthers"[5] were:
Name
Performance
Gerald Chong
Demolished a cardboard replica of the London skyline, dressed as Godzilla.
Amanda Hall
Constructed a full-size Gormley-style human figure from bread products.
Ollie Campbell
Pitched a tent, from which a live chicken and two blow-up dolls emerged.
Sat in a wheelchair wearing a Nazi military uniform, as a political statement on the rights of disabled people.
Susanna Meese-Simpson
Posed naked as if for a life study.
Paul Speller
Performed a succession of scientific experiments submitted by the public, including an experiment with a tin can telephone.
On 14 July at 8.00pm, poet R. N. Taber read a selection of his poems, while photographer Alex Boyd collaborated with Scottish Makar (Poet Laureate) Edwin Morgan for his time on the plinth.[8] On 12 August at 1am, a naked plinther was asked to cover up by the police.[9]
Streamed live online by SkyArts, the exhibit quickly developed a cadre of regular Twitter followers who provided a running commentary of events on the plinth.
Existe uma película inédita de Star Wars. George Lucas só pode ter tido um choque cerebral que fundiu os seus neurônios. Só assim para explicar que em 1978, depois da estréia do filme lhe ocorresse rodar para a televisão uma delirante aventura natalina "Star Wars: Holiday Special". O filme começa com Chewacka viajando a seu planeta natal para passar as festas natalinas em família, esta primeira parte do filme é completamente falada em Wockie, porteriormente aparecem o resto dos personagens e a película se converte em... um musical! Era tão ruim, mas tão ruim, que nenhuma televisão quis comprar os direitos de transmissão.
Fidel Castro tentou triunfar em Hollywood. Treze anos antes de converter-se no líder de Cuba, Castro iniciou uma breve carreira cinematográfica como galã latino na qual teve tempo de interpretar pequenos papéis em três musicais: Escola de sereias, Bathing beauty e holiday in México.
Stalin também adorava os musicais. Por isso promoveu a rodagem destes no cinema soviético e inclusive compôs uma canção para um deles "o chiqueiro e o pastor", a letra dizia: "Uma canção alegra o coração que alguma voz arrebatou. Todos os povos grandes e pequenos adoram esta melodia; enquanto as grandes cidades cantam a canção."
A película mais longa da história. Tem um titulo que explica tudo: "Tratamento contra a insônia", dura 87 horas, isto é, mais de 3 dias e meio, o filme consistia numa única seqüência na qual se via o poeta Lee Groban lendo uma composição de 3.400 paginas. Só foi projetada na íntegra duas vezes e ninguém conseguiu ver o filme todo.
Sigmund Freud só não foi o roteirista mais bem pago da história porque não quis. Em 1933 um produtor lhe ofereceu um cheque em branco para que lhe contasse as psicopatias de seus pacientes, com a idéia de que nelas podiam ter escondidas muitas boas películas, Freud recusou por que lhe pareceu pouco ético.
A atriz mais assassinada. A francesa Paula Maxa, especializada em papéis de vítima no cinema mudo foi assassinada em toda sua carreira um total de 358 vezes, muitas delas de forma horrível. Em alguns filmes chegou a fazer mais de um papel com o intuito de ser assassinada várias vezes.
Bruce Lee foi o único ator com clones. A estrela das artes marciais conseguiu protagonizar 4 películas depois de sua prematura morte. Para exprimir a lenda ao máximo as duas grandes produtoras de Hong Kong rodaram várias dezenas de películas protagonizadas pelos clones do ator aos que batizaram com nomes como Bruce Le, Bruce Li, Bruce Liu... alguns lembravam o famoso lutador, mas outros não pareciam nem um pouquinho, tinha um que nem era chinês, inclusive era loiro.
Inchon: A única película produzida por mandato divino. Um dia o reverendo Sun Myang Moon fundador da conhecida popularmente como a seita Moon, sofreu um ataque de choro e tristeza que só se deteve ao entrar num cinema de Seul. Ele interpretou o fato como um sinal divino e investiu 104 milhões de dólares na produção de uma película sobre a guerra da Coréia. O filme se converteu no segundo maior fiasco comercial da história do cinema, só arrecadou 2 milhões de dólares.
A película com mais carecas. Metropolis onde Fritz Lang recrutou 15.000 alopécicos para a cena do sacrifício ao deus Moloch, o deus sem escrúpulos do capitalismo.
Alguns gangsters foram grandes cinéfilos. Al Capone foi ao cinema ver Scarface - A Vergonha de uma Nação (1932 - Howard Hawks) várias vezes, filme de gangsters baseado em sua vida. E John Dillinger foi crivado de balas pelo FBI quando saia de uma sala de cinema que projetava uma película muito apropriada para "o Inimigo publico numero um" 1934.
O único filme rodado uma única vez. Seu titulo era "O homem perseguido por um ovni", a maior parte do filme era composta por partes de outras películas, de forma que nem o homem nem o ovni eram os mesmos em quase nenhuma cena, a história além de disparatada, tinha pontos peculiares, os fajutos ovnis ou o fato de que os extraterrestres quisessem abduzir um Simca Chambord. Ao final da exibição o proprio diretor queimou a fita.
Bascos no Oeste. "O desfiladeiro da Morte" é um bang-bang espanhol mais alucinante do que se possa imaginar. É protagonizado por uma caravana de bascos que querem chegar a Califórnia. Durante todo o vão vestidos com chapelões, dançam flamenco e no momento principal do filme enfrentam os peles vermelhas a pedradas.
Vaqueiros Turcos. Nem tadas as películas de bang-bang são estadunidenses, na verdade a maioria são italianas, e inclusive espanholas, mas mais além do espaguete Western existe também o Kebab Western. Nos 60 os turcos filmaram duas dezenas de películas deste tipo. A primeira Kanunsuz Kahraman, que foi exportado com o nome de Ringo "Kid".
Mudanças de Sexo. Kenji Mizoguchi, mestre do cinema japonês começou sua carreira como Oyama, nome que recebem os homens especializados em interpretar papéis de mulher. Curiosamente no japão existe um gênero chamado Takarazuka no que só atuam mulheres e no que, em alguns casos, também interpretam papéis masculinos.
Gorilas jogadores. Na primeira película de Tarzan os gorilas eram na realidade uma equipe de futebol americano disfarçado para a ocasião, o Santa Mônica Football Clube, para ser exato.
O filme com mais palavrões. "Scarface, a força do poder" (1983 - Brian De Palma), remake de filme homônimo de 1932 realizado por Howard Hughes, é o filme com mais palavras malsonantes, um total de 203, dando uma média de um palavrão a cada 29 segundos. "Fuck you, son of a bitch", na boca de Tony "Montana" é música.
Casais Impossíveis. O filme Alien vs Predator 2 traz à lembrança um gênero meio esquecido, o Crossover, que consiste em juntar dois mitos numa mesma história. Assim então o crossover já teve casais dos mais disparatados, tais como Drácula vs Frankenstein, Drácula vs Billy the Kid e inclusive Bruce Lee vs Emmanuelle um dispautério onde não aparecia nem o Bruce Lee e nem a Sylvia Kristel e que misturava artes marciais com pornochanchada.
A primeira película sonora. O potencial da nova tecnologia foi mal aproveitada no primeiro filme, a parte falada do filme "Jazz Singer" constava de apenas 3 cenas que não passavam de 10 minutos, naquele tempo os produtores acreditavam que ninguém poderia agüentar um filme com mais de uma hora de diálogo.
Cinema que cheira. Em 1959 estreiou em Los Angeles "Scent Mistery" um filme de intriga no qual a chave do mistério estava na colônia do assassino, por isso foi utilizado uma nova tecnologia em sua projeção, o Arorama, que consistia numa máquina que aspergia toda a sala com uma fina camada de pó que simulavam os cheiros do filme. O problema é que já à metade da exibição tinha tanto pó no ar que ao final ninguém sabia que cena do filme estava cheirando.
Naz trilha do Arorama. Apareceram novas formas de atrair o público, uma das mais polêmicas foi o Sensurround, estreado no filme "Terremoto" que fazia vibrar as poltronas do cinema simulando um tremor. Pior ainda foi o Tingler, que soltava descargas elétricas no traseiro do espectador durante a projeção de 13 "Fantasmas".
O som no mundo artesanal. Quando se deu o salto para o cinema sonoro, poucos locais do mundo estavam equipados para sua reprodução e o som da película corria por conta de "comentaristas" como nas partidos de futebol, comentaristas que ademais não seguiam o script, se dedicavam a fazer comentários graciosos ou rimas sobre alguns aspectos do filme. Alucinante.
Cinema Negro. Na Hollywood dos anos 70 nasceu a moda da Blaxploitations, películas protagonizadas inteiramente por atores de raça negra. Teve um drácula negro, uma lolita negra e inclusive uma versão do Mago de Oz na qual estreava uma rapazinho ainda de cor: Michael Jackson.
A película mais cara. É a versão russa de Guerra e Paz dirigida por Sergei Bondarchuck em 1968. Calculando o custo da inflacão, o filme precisou de um investimento de 560 milhões de euros.
O ator que mais papéis interpretou num mesmo filme. Não, não é Eddy Murphy, foi o britânico Rolf Leslie, que encarnou 27 personagens diferentes em "Sisty years of a Queen". Seguem-lhe de muito longe o espanhol Paul Naschy com seus doze papéis no "Aullido do diabo" e Alec Guinness que fez 8 papéis, um deles feminino em "Oito sentenças de morte".
Os mormons. Os mormons produziram o filme "Plano nove desde o espaço exterior", do diretor Ed Wood, com a condicão de que a toda a equipe do filme, inclusive atores, fossem batizados.
Francis Ford Copola Começou sua carreira sob um pseudônimo dirigindo "Nudies", filmes eróticos. O mais famoso é "O bordel da montanha" onde Drácula, Frankenstein e o Homem lobo exercem seus poderes num prostíbulo.
O autentico ganho... ... do cinema já não estão nas entradas, se não em todo o resto, pipocas, refrescos e demais guloseimas produzem 45% de seus rendimentos.
Início de produção: foi iniciado em 1946 mas nunca concluído. Sinopse: uma cena poética sobre o amor e tempo. Diretor: John Hench Sketches inspiracionais: Salvador Dalí Música: baseado na balada espanhola "Destino" de Armando Dominguez. Duração (planejado): cerca de 6 minutos.
A História do Projeto:
muitos dados informados numa reportagem de Christopher Jones para o jornal The Boston Globe e o livro "Paper Dreams" de John Canemaker.
Guardado numa caixa em algum lugar da Califórnia está um velho negativo com cerca de 15 segundos em cores de um filme único na história da arte do século XX. O filme mostra duas figuras "bizarras" com cabeças humanóides (similares a cabeças normais) deformadas pelo estilo "persuasivo e loucamente triunfante" de Salvado Dalí. As cabeças estão sobre cascas de tartarugas. Quando se juntam, o espaço entre elas forma o desenho de um sino, que se transforma numa bailarina. No último momento, a cabeça da bailarina abruptamente se transforma numa bola de beisebol... que desaparece numa desolada paisagem montanhosa.
Parte dessa curta cena pode ser apreciada durante o filme "Fantasia 2000", quando Bette Midler mostra idéias não produzidos pelos animadores - antes do segmento "The Steadfast Tin Soldier".
O pedaço de película com mais de 50 anos é tudo o que restou de um projeto animado esquecido chamado "Destino", uma curiosa colaboração entre o artista surrealista Salvador Dalí e Walt Disney que nunca foi completada. As razões para "Destino" nunca ter sido finalizado ficaram ocultas por mais de cinco décadas, até que o jornalista Christopher Jones encontrou materiais do desenho após a morte de seu pai, Tom Jones, em 1992. Num escuro sótão no Vale Loire, onde Tom Jones morava, seus filhos encontraram entre seus papéis uma coleção de notas, negativos nunca vistos antes, e velhas fotografias que ele fez quando era agente publicitário de Disney. Christopher Jones relembra que uma vez seu pai o levou a noite para visitar o escritório de Walt Disney onde havia um quadro - o retrato de Júpiter - uma pintura de Dalí feita para "Destino". Christopher diz que vendo todo o material encontrado no sótão, ele nota que a versão completa de "Destino" seria uma sensação sem medidas, uma revolução cinematográfica usando técnicas a frente de seu tempo.
Afim de deixar claro alguns mistérios do projeto, o jornalista Christopher Jones começou a telefonar para todos que pudessem ter alguma informação. Buscando entre antigos empregados da Disney e amigos de Dalí - alguns com mais de 90 anos, a pesquisa correu lentamente... até que o telefone tocou. Era John Hench, ligando da Califórnia. Nos anos 90, Hench era vice-presidente sênior da Walt Disney Imagineer, e na época de "Destino" ele já era um artista de alto-nível, trabalhndo em filmes como "Fantasia" e "Dumbo".
Em "Destino", Hench foi chamado para ensinar a Salvador Dalí a técnica de animação Disney. Dalí, na época, descreveu Hench como uma "silhueta espectral", que sabia melhor que Dalí ou Disney os segredos do filme.
Excitado pela idéia que alguém finalmente se interessou em "Destino", Hench decidiu revelar os mistérios do filme e descrever detalhes de uma das parcerias mais estranhas já criadas na Hollywood da era de ouro. Salvador Dalí disse que seu destino era "salvar pinturas do niilismo da arte moderna". E o homem escolhido para levar suas pinturas surrealistas para as telas de cinema não era outro senão o criador de Mickey Mouse - Walt Disney.
De acordo com Hench, as finanças da Disney eram precárias em 1946. O estúdio havia perdido uma linha de crédito do Bank of America quando "Fantasia" provou ser um desastre em 1940, fazendo com que as dívidas se acentuassem. Para salvar o estúdio, Disney foi obrigado a recorrer ao bilionário Howard Hughes. Mesmo com o sucesso de "Dumbo" um ano depois, um animado brilhante de 64 minutos sobre o bebê elefante, o estúdio acabou perdendo o mercado europeu quando a Segunda Guerra Mundial foi iniciada. O estúdio ainda foi tomado pelo exército nos anos de guerra, e Disney acabou forçado a produzir cartoons para treinar as tropas, além de criar designs cômicos para as insígnias da aeronáutica. Muito foram os serviços prestados por Disney que nunca foram pagos, mas o estúdio estava se recuperando financeiramente.
Walt decidiu que filmes “pacote” - curtas-metragens diferentes "empacotados" num longa-metragem - pareciam ser um risco menor de fracasso. Disney, sempre alerta a oportunidades, poderia dividir o filme e realizar as seqüências separadamente e recuperar o investimento, porque muitos curtas (naquela época) precediam muitos filmes nos cinemas.
Pouco tempo depois, Disney decidiu convidar grandes nomes entre os artistas e autores para o estúdio. "A bilheteria seguirá a qualidade", Disney dizia aos nervosos homens do dinheiro e seu czar financeiro - o irmão Roy O. Disney.
Por muito tempo Disney evitou festas em Hollywood, preferindo exercitar seu hobbie favorito: "brincar" com a réplica de uma locomotiva a vapor que circulava o terreno do estúdio. Mas numa das poucas festas em que comparaceu, Walt foi apresentado ao casal Salvador e Gala Dalí por Jack Warner em 1945 (cuja festa estava sendo realizada na casa deste magnata do cinema). Os Dalí ficaram sentados com os Warners, enqüanto o pintor surrealista pintava os seus retratos. Nesse ponto, Walt e Salvador iniciaram uma longa amizade peculiar.
Nessa época, Disney já era fascinado com técnicas modernas de arte, e já havia as experimentado em 1939. Críticos elogiaram a seqüência abstrata de "Fantasia" como remanescente de Kandinsky e Miró. Hench supervisionou o segmento usando imagens abstratas pela primeira vez em um filme Disney, Com isso, o estúdio já tinha alguma experiência com novos tipos de técnicas, o que seria essencial para a futura parceria. Walt e Salvador Dalí rapidamente fizeram um acordo, com Dalí concordando em trabalhar num projeto para o estúdio. Quando os dois se encontraram, Dalí havia sido convidado para trabalhar em seu primeiro filme em Hollywood, a seqüência do sonho em "Spellbond" de Alfred Hitchcock, cujo produtor David O. Selznick havia o convencido a criar. Dalí moveu seu cavalete e suas tintas para os estúdios Disney em 1946.
Por algum tempo, o projeto permaneceu secreto para grande parte do estúdio. O trabalho do pintor catalão Salvador Dalí era preparar um seqüência de seis minutos combinando animação com dançarinos ao vivo e efeitos especiais para um filme no mesmo formato de "Fantasia". Disney originalmente planejou usar "Destino", uma balada romântica do compositor mexicano Armando Dominguez, em um curta-musical apresentando a cantora e dançarina Sul-Americana, Dora Luz. Mas a palavra "DESTINO" acabou levando Dalí ao entusiasmo, o que o fez criar desenhos imaginativos, selvagens para ilustrar suas emoções.
O enrêdo do filme variava de acordo com a descrição de cada artista. Dalí dizia ser "Uma exposição mágica do problema da vida no labirinto do tempo". Já Walt Disney dizia "Somente uma simples estória sobre uma jovem garota em busca do verdadeiro amor".
Dalí rapidamente adotou a rotina do estúdio. Por dois meses, ele chegou pontualmente todos os dias às 9:30 da manhã e trabalhava em seu cavalete. O artista normalmente almoçava no restaurante executivo do estúdio - "Coral Room" - com Disney e Hench, ou com os empregados do estúdio conversando com sua mistura de línguas quase indecifrável: uma mistura de francês, espanhol, catalão e um "mal" inglês. Sua esposa e musa, Gala, freqüentemente o acompanhava ao estúdio para inspirar, interpretar, ou apenas ficar de olho em seu marido. Quando ela estava lá, Dalí era mais produtivo, criando desenhos para serem utilizados junto a trilha musical pré-gravada.
Trabalhando num ateliê no terceiro andar do antigo "Animation Building" dos Estúdios Disney, Dalí e Hench estavam criando completamente uma nova técnica de animação., o equivalente cinematográfico a "paranoid critique" de Dalí. Este método, que teria pouca conexão com o título, é enormemente inspirado pelo trabalho de Freud no subconsciênte e na inserção de imagens ocultas duplas no trabalho de arte. Dalí apresentaria uma imagem que o espectador reconheceria como sendo uma coisa.... e lentamente força o espectador a visualizar formas estranhas na imagem, que podem eventualmente revelar algo novo.
John Hench cita: "Todos nós sabemos que D.W. Griffith inventou tudo no cinema, mas Dalí elaborou um método que ninguém havia visto antes. Imagine uma cena com dois esquiadores na neve. Nada muito especial... somente um par de esquiadores. De repente o panorama estaciona em uma montanha nevada. Nada mostra que a cena mudou, com excecção dos esquiadores que estão fora da tomada. De repente a câmera regride e somente agora vemos a imagem completa. As montanhas da cena tratam-se dos seios nus de uma mulher nua! A substituição foi sendo apresentada desde o início da seqüência, mas os olhos insistem que é neve o que está sendo observado (mesmo reconhecendo as formas femininas), até que finalmente nós admitimos de que é uma mulher e nada mais."
Nada havia sido criado até então: combinar surrealismo e animação. Nos anos 40, filmes como forma de arte não estavam na agenda dos estúdios. Muitos filmes eram produzidos com simples estórias e eventualmente se tornavam clássicos como "Casablanca", mas muitos eram imemoráveis. Mas Disney queria que a animação deixasse de ser coisa de criança e se tornasse de vez uma forma de arte. É claro que, com o cancelamento de "Destino", a chance de ganhar o reconhecimento seria perdida para sempre. "Destino" poderia modificar o que conhecia-se até então como animação.
Um dia em 1946 quando John Hench dirigiu-se a Monterey, Califórnia, num estúdio próximo ao velho Del Monte Lodge Hotel, ele encontrou Salvador Dalí ditando o roteiro para Gala, que estava escrendo o manuscrito. Ficando mais e mais entusiasmado sobre esta forma de arte-em-movimento, Dalí disse a Hench: "Animação realça a arte; suas possibilidades são infinitas".
Quando Dalí roteirizou "Destino" em sua forma livre de pensamento para se encaixar perfeitamente na canção de Dominguez, um cenário enigmático apareceu representando as idéias do artista sobre o amor e o que o tempo faz a ele. O roteiro de Gala-Salvador descreviam como os apaixonados em "Destino" seriam filmados com dançarinos de ballet ao vivo (em live-action) ao lado dos cenários 'Daliescos' repletos de estátuas, telefones, conchas e moedas. Eles estão 'lutando' contra o tempo, na forma de um gigantesco relógio solar que emerge da da grande face de pedra de Júpiter, que determina o destino de todos os romances humanos.
Walt Disney ficou de olho no trabalho em progresso, e sendo um admirador do talendo de Dalí, ficou entusiasmado com o novo visual que estava sendo trazido para a animação. Assim, uma vez os storyboards finalizados, Dalí e Hench prepararam o famoso "pencil-test" de 18 segundos, onde pode-se ver os esboços em movimento.
Salvador havia voltado para Monterey, relembra Hench, assim uma vez filmado o teste, ele levou o filme para mostrar ao pintor. Hench foi a um pequeno cinema e convenceu o gerente a exibir os 18 segundos após um filme B (na verdade um Western) e depois que a platéia tivesse se retirado. As luzes se apagaram e Dalí viu sua arte em movimento... e acabou amando o resultado. No fim da curta exibição veio o projecionista e praticamente gritou "O que foi isso?" Dalí e Hench se entreolharam... ambos sabiam que isso era um momento único na arte.
Walt Disney decidiu comemorar de seu próprio jeito. Num domingo, ele convidou Dalí e Hench para visitar a sua casa em Holmby Hills, onde uma locomotica (chamada Carolwood Pacific) em miniatura circulava o terreno. O trem tinha tamanho suficiente para que várias pessoas pudessem embarcar (na verdade cada um sentava sobre um vagão). Walt Disney nunca pretendeu entender todo o simbolismo do artista porque achava que isso era parte do misticismo de Dalí, mas não resistiu em convidar um pioneiro em formas experimentais de animação - o excêntrico animador Ward Kimball (o criador do Grilo Falante) para pilotar o trem tendo como passageiro Salvador Dalí. Naquele mesmo dia, Walt Disney disse: "Junto com a profusão normal 'daliana', Dalí concebeu em usar pela primeira vez, acredito eu, beisebol americano como forma de ballet".
O curta de 7 minutos de duração possui apenas 15 segundos do trabalho de Dalí feito na época, e nunca terminado em 1946 porque foi visto que seu formato era comercialmente inviável após a Segunda Guerra Mundial. A nova produção mistura 80% de animação tradicional e 20% animação 3D, e foi supervisionada pelo então vice-presidente Roy Edward Disney, que também é produtor executivo do projeto. "Destino" foi em maior parte produzido nos Estúdios Disney da França, tendo o animador Dominique Monfery (Titãs em "Hercules", onça Sabor em "Tarzan") como diretor e Baker Bloodworth ("Dinossauro") como produtor.
Artista de 61 anos passou por nove intervenções cirúrgicas transmitidas via satélite. De passagem pelo Brasil, ela fala sobre o processo, em que fazia até pintura com sangue.
De passagem pelo Brasil, francesa Orlan dá palestra no Museu de Arte Contemporânea, em SP. (Foto: Divulgação)
Ela tem um par de chifres na testa, mas mantém o hábito de dar um parecer final sobre qualquer foto sua. Se a imagem não a agrada, a artista francesa Orlan não hesita em pedir que o autor aperte o “delete”, reclamando que o ângulo não ficou bom ou que aquela não era a luz ideal. No Brasil pela primeira vez, a criadora do “manifesto da arte carnal” falou ao público em uma palestra no Museu de Arte Contemporânea, em São Paulo, na tarde desta segunda-feira (25). Ela estará presente na próxima sexta (29) em evento no Oi Futuro, no Rio de Janeiro.
Protagonista do primeiro “extreme makeover” da história da arte, Orlan chocou o mundo nos anos 90 ao realizar a performance “A reencarnação da Santa Orlan”, uma série em que ela se submeteu a nove cirurgias plásticas que foram transmitidas via satélite para diversos lugares, entre eles as principais galerias de arte da Europa. Ao longo desse processo, a francesa nascida em Saint-Étienne em 1947 transformava seu rosto radicalmente, recebendo, além de chifres – realçados calculadamente com purpurina no dia de sua visita à capital paulista – mas também implantes no queixo, nas bochechas e ao redor dos olhos.
Durante a operação, apesar da anestesia, Orlan mantinha-se consciente. Em algumas performances, crânios, tridentes, frutas e legumes iam sendo misturados ao cenário. Em outras, ela lia textos ou então fazia desenhos com os dedos usando o seu próprio sangue. “Eu queria falar sobre o quanto se maltrata o corpo das mulheres. A religião propõe um corpo culpado, que deve sofrer. O meu trato era: nada de dor, nem antes, nem depois.”
A artista francesa Orlan e seu trabalho de modificação do rosto. (Foto: Divulgação)
“A arte carnal não procura purificação, mas busca transformar o corpo em língua”, fala Orlan, que diz amar o rim, o pâncreas e se excitar com a linha do fêmur. Um dos resultados de tantas operações é a instalação “Corpo colocado em quarentena”, composto por 40 auto-retratos do primeiro ao 40º dia após a intervenção cirúrgica. “As fotos mostram os inchaços e todas as cores pelas quais passamos – azul, amarelo, vermelho. Muitos cirurgiões não quiseram me operar, não queriam mostrar o que acontecia no meio do processo, só o antes e o depois”, conta.
Orlan também é autora da performance “O beijo da artista”, de 1977, em que ela se posicionava atrás de um tórax nu feito de madeira e distribuía beijos em troca de cinco francos durante uma exposição em Paris. “Era algo que falava não só de sexo, mas também de afeto. Houve uma ruptura com a minha família e com os vizinhos”, conta. “Foi um período tragicômico da minha vida.”
Hoje, mais de quatro décadas depois de sua primeira performance, Orlan diz que nunca teve uma crise de identidade. “Não estou nem aí com as imagens que produzi de mim mesma, porque não fui eu que escolhi o ponto de partida. Não escolhi meu nome, nem a cor da minha pele. Nós somos cidadãos do mundo, receptores de estímulos que vêm dos lugares mais diferentes, da televisão, da internet. Não quero fazer cirurgia todos os dias, prefiro beber champanhe com os meus amigos. Mas seria divertido se pudesse mudar o meu rosto diariamente.”